sexta-feira, abril 15, 2011

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guardas a chuva
na concha da mão,

colo de águas
daninhas

onde bebo
a nostalgia das marés.


*


um seixo em cada mão e o mar
às costas. a tua ausência será

um calendário de pedras.


*


ler o teu rosto

é abrir um livro ao acaso
numa aflição.

- Renata Correia Botelho
in Um circo no nevoeiro, Averno

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