sábado, dezembro 04, 2010

Nesta técnica ou arte soturna

Nesta técnica ou arte soturna
Que tento na noite tranquila
Açulada apenas pela lua
E deitados os amantes prendem
Nos braços tudo o que lhes dói,
Eu labuto à melodia da luz
Não por vanglória ou pão
Ou alarde ou comércio de encantos
Nos palcos de marfim
Mas pelos salários comuns
Do seu mais secreto coração.

Não para os arrogantes alheados
Da devastação da lua escrevo
Nestas páginas ao pó da espuma
Nem para os mortos altaneiros
Com seus rouxinóis e salmos
Mas para os amantes, seus braços
A prender as dores dos tempos,
Eles não elogiam nem pagam
Nem cuidam da minha técnica ou arte.

- Dylan Thomas
(tradução de Joaquim Manuel Magalhães)

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