quarta-feira, novembro 24, 2010

Junkspace (2)

O espaço-lixo é político: depende da eliminação da capacidade crítica em nome do conforto e do prazer. A política tornou-se num manifesto graças ao Photoshop, projectos contínuos do que mutuamente se exclui, arbitrados por opacas ONG. O conforto é a nova Justiça. Países diminutos inteiros adoptam agora o espaço-lixo como programa político, estabelecem regimes de desorientação planificada, instigam uma política de desorganização sistemática. Não é exactamente o «vale tudo»; na realidade o segredo do espaço-lixo é ser promíscuo e ao mesmo tempo repressivo: à medida que prolifera o informe, o formal atrofia-se e com ele todas as regras, os regulamentos, os recursos…

- Rem Koolhas
(excerto do texto Espaço-lixo, traduzido por Luís Santiago Baptista para a Editorial Gustavo Gili – Rem Koolhas, Três textos sobre a cidade, 2010)

Sem comentários: