sexta-feira, novembro 19, 2010

a cidra e leite

*
cidra e leite água clara a sílaba
cingida por muros a sílaba a prumo uma voz
que contorna a sombra dos rios
e os pés dos anjos
sepultados nos estuários

todas as imagens confirmam uma ausência dizem
a respiração dos poços dentro
do verão pó pura elevação sonora e os pássaros

como mel como favos de silêncio
em chão de mármore os olhos


*
a cerca cercada pelo sal em demasia
é sempre a voz que assinala onde a morte tece
o seu veio esmeraldado
em redor dos dedos é um mapa
de nomes absorto na sua própria concupiscência

é a cegueira semeada entre cidra e leite o sangue fundo
nos ataúdes

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