No blogue do Jesús Jiménez Domínguez, a propósito de um post que referia o lançamento do último número da revista criatura, surge o seguinte comentário:
Se fosses português e conhecesses bem os tipos que estão por detrás desse projecto, se soubesses que não têm o menos carácter e que se auto-publicam, criando até uma editora para o efeito, decerto não terias muito orgulho em constar junto deles: são gentinha, rica que compra tudo e todos, excepto honestidade e ética pois ignoram o que seja.
O tipo que escreveu isto anda a apertar o cerco, multiplica-se em esforços e por vários blogues com acusações sempre acutilantes e, como aqui, prefere não se identificar, o que seria, aliás, desnecessário quando o que importa não é saber quem diz o quê mas apenas se o que diz é ou não justo. E sim, o anónimo, seja quem for, revela finura e perspicácia (se calhar é poeta), não lhe escapa nada. Temos gasto somas astronómicas, comprámos muitos dos leitores de poesia portugueses (vá lá que não abundam). Os críticos juntam-se-nos nos bolsos, tilintam lá dentro como trocos. Se é desonesto? É, alla Capone. E a ética? Para que quereríamos essa merda? Nós o que queríamos mesmo era plantar a pose, vir dizer ah e tal, umas cenas e coiso, profundo..., e pimba: é poesia!, embrulha. Já estávamos fartos de gastar tudo em viagens, putas e drogas. E é isso, está tudo a ir mesmo mega nice. Antes, não sabíamos o que era a felicidade.
6 comentários:
Y yo que creía que los malévolos comentarios anónimos y la envidia malsana eran pecados exclusivamente españoles...
Un abrazo desde Zaragoza.
jesus... nosotros somos especialistas de envidia... la ultima palabra de los lusíadas es precisamente esa :P
Caro anónimo,
Ganhei muito dinheiro com a participação na Revista Criatura. Até deu para ir à América Latina. A revista necessita do branqueamento de capitais e, por isso, recorre a poetas que escrevem em verso livre (branco) e que recebem grandes fortunas.
E fico pasmado com tudo isto.
Já reparou na quantidade de crianças que estão a morrer por falta de alimento? Já reparou na frágil situação das famílias portuguesas? O Senhor prefere pegar numa arma e atingir quem faz alguma coisa pelo Mundo (estou certo disso).
Apetecia-me mandá-lo à merda, mas tenho pena de si.
Com comentários desses, não vamos a lado nenhum.
Eu não poderia ficar calado.
A verdade é sempre a verdade - não diga mentiras, não invente coisas sobre jovens que têm projectos de vida.
Eu sou um poeta com pouca importância, mas um tipo com valores e tenho procurado pessoas semelhantes.
Faça alguma coisa por si e pelos outros.
Mas para quê responder a semelhantes dislates?
Pão e poesia são só uma e a mesma coisa: alimento. E cada qual nos dá um sustento aos dias, que seriam muito dificeis sem o primeiro e ficariam infinitamente mais pobres sem o segundo. São também pobres os que não sabem apreciá-la, alimentar-se dela. Se os comentários são livres, a indignaçao de quem os recebe também. Indignem-se, faz bem.
~CC~
Quando uma «criatura» passa, é natural que os cães, os rafeiros, ladrem... Foi sempre assim
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