Quando deixei a pequena e banal aldeia,
Larguei um morteiro que explodiu e quase matou uma égua.
Coisas destas, como um estrondo
Só se ouvem em tempo de chuva, na planície
Onde morri de amor e pneumonia
E a minha mãe chorava e torcia as mãos
Por mim e pela vida manchada de salgueiros
À quarta rua em frente.
Prometeu 15 escudos à minha cura
No rio lavado
De sável, ao qual respondi sem certezas
Quero a vida toda, sem retalhos.
Trinta anos depois,
Ainda quero o que sobra
Ao rio que foi pintando sabão.
1 comentário:
:) O rio também quer...a vida toda.
~CC~
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