sábado, outubro 02, 2010

para os filhos da ( )

Estou farto deste ruído.
De ter a fábrica verde e o cidadão com olho no velho.
Antigamente, chegava a hora da bucha
Os comentários eram grosseiros
Nos passeios modestamente sujos
Pelas éguas
Que seguiam aguadeiros.
Mas agora é difícil ter uma fábrica com gente limpa
E calçada portuguesa, no devido lugar
Com mesas arrumadas onde os rostos se escondem
Das semelhanças mais próximas.

Conheço esse lugar com o tempo suficiente
Para prever o ruído,
Constatar o ruído,
Lamentar o ruído,

E louvá-lo,
Agora que tudo fechou
Neste portão que o novo mundo
Renegou.

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