Coragem, meus caros.
Quem conheceu o velho major
Que deixou os campos
À luz verde das searas,
Sabe, tem a certeza de ter sido um homem digno.
Não é por causa de um filho natural
Que diante de um castelo reclamava seu pai,
O motivo da desonra.
Essas perdas, esses ganhos não entram neste balanço.
Apenas a satisfação de um abrir de pernas
Da mulher que foi eternamente triste com esse prazer
Junto à praia de Consac.
A mulher cinzenta dos cabelos de importância secundária
Nunca sentada à luz de um candelabro
E desalojada de amor
Na casa esquecida
Do vento seco e gradual
Que nunca arrefeceu
O filho que medrava.
Coragem - diria o major -
Agora que faltam poucos judeus
Deste lado do muro.
A minha mãe
Não tem nariz afilado
Nem sabe negociar o começo da vida.
E o meu pai está no lado dos judeus.
Eu vejo um homem, um major.
Talvez seja ele.
Acaba por me estender a mão
Sem saber quem sou.
Salvou um judeu,
Mas nunca um filho.
Sem comentários:
Enviar um comentário