domingo, agosto 29, 2010

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A luz da tarde era como mel nas árvores
Quando me deixaste e caminhaste até ao fim da rua
Onde subitamente acabava o pôr-do-Sol.
A ponte levadiça bolo-de-noiva desceu
Sobre a frágil flor de miosótis.
Tu subiste para bordo.

Horizontes ardidos de súbito revestidos de pedras douradas,
Sonhos que eu tive, alguns com suicídios,
Enchem agora o balão de ar quente.
Está a rebentar, vai rebentar não tarda,
Com qualquer coisa invisível
Sé durante os dias.
Nós ouvimos, e por vezes aprendemos,
Tão juntos,

E fazemos descer o sangue, e outras coisas assim.
Foi então que os museus se tornaram generosos, vivem na nossa respiração.

- John Ashberry
(tradução colectiva - Poetas em Mateus)
in Uma onda e outros poemas, Quetzal - 1991

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