quarta-feira, julho 07, 2010

Coitados dos que tinham relógios antigos, de horas desencontradas. Dos que não precisavam de pilhas para accionar a máquina reguladora do primeiro almoço e da rega matinal. Coitados dos que tiveram um relógio que os fez esperar na estação. Coitados dos que ligaram ao tempo, ao pêndulo, à rotação dos dias, ao riso, à promessa do relojoeiro em considerar o tempo com menos um segundo. Coitados dos que foram despedidos às 3 da tarde e do meu amor que morreu de madrugada. Coitado de mim, por ter acreditado nesse encontro, a essa hora, e ter esquecido o relógio.

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