sombras
e pequenas alamedas de areia solta
entre a relva aparadinha.
Gosto deles na distância e na imaginação,
pérgolas frescas debruçadas sobre o mar.
Gosto deles
embora não me pertençam,
todos entregues aos seus senhores,
os namorados e os pederastas.
O mesmo banco de pedra
acolhe todos os amores – os lícitos,
os naturais, os ilícitos, os proibidos
– com a mesma solicitude indevassável.
Não vou aos parques,
aborrecem-me os namorados
irritam-me os pederastas.
Gosto deles,
só na lembrança e neste momento preciso.
- Rui Knopfliin Memória consentida (poesia 1959/1979),Biblioteca de Autores Portugueses
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