domingo, maio 09, 2010



Estou a ver o estilo, a folha de canabis
ao peito, os óculos de Foucault
não-li e uma devoção macrobiótica
tão estúpida quanto inquebrantável.
Esta gente custa – e o que é pior:
cheira mal. Assoa-se à manga
da camisola, cheio de ideologia
nos sovacos. E vem fazer compras
como se estivesse outra vez no «Lux»,
entre amigos abstémios que só
não legalizam a vida porque
ainda há limites para o mau gosto.

- Manuel de Freitas
in Isilda ou a mudez dos códigos de barras, Oficina do Cego

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