À primeira curva perdes o mar. Se andares cem metros, o azul ressurge, de novo, até o perderes. Depois encontras um restaurante onde pedes o prato do dia. Se fizeres sempre isto, se andares em romaria ou não, alimentas o espírito e o estômago. Não reparaste numa acácia em flor, não viste o teu nome na pessoa que ria, não foste ao enterro da criança. Daqui a uns anos, vais fazer a mesma curva, vais pedir outro prato a um outro empregado. Depois, vais fingir que não reparas na acácia e na pessoa que tem o teu nome. Daqui a uns anos, desculpa, vais fazer a curva da estrada e não vais reconhecer a acácia e a pessoa que tem o teu nome. O mar continuará azul e verás a criança que brincava, ao fim da tarde, na falésia.
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