nós, por trás da janela, esperávamos
que a água lavasse as folhas escondidas.
Depois chovia que Deus a dava
e pusemos um copo no peitoril
a medir a água pluvial em centímetros.
às quatro o sol apareceu
e sobre a janela o copo cintilava
pleno até à borda.
Eu e meu irmão bebemos metade cada um
e comparámos a água do poço
com a água do céu que é mais escorregadia
e contudo tem o sabor a relâmpagos.
- Tonino Guerra
(tradução de Mário Rui de Oliveira)
in O Mel, Assírio & Alvim
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