terça-feira, abril 13, 2010

Aqueles deuses

Eram estátuas douradas,
esplêndidos deuses tombados ao sol
bebendo escuro vinho.

Contaram belas histórias,
Discursaram às principais estações,
Fizeram inscrições na rocha mais dura.

Mas aquelas palavras e gestos na areia,
repetidos como as canções
que não se cansavam de escutar,
não encontraram eco.

Por isso, sucumbiram orgulhosos,
como deuses desterrados, que envelhecem.

- Armando Álvarez Bravo
(tradução de Manuel de Seabra)
in Poesia Cubana da Revolução, Futura

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