terça-feira, março 09, 2010

As cortinas na casa do metafísico

Acontece que a ondulação destas cortinas
Está cheia de largos movimentos; como o lento
Esvaziar da distância; ou como nuvens
Inseparáveis das suas tardes;
Ou a mudança da luz, o gotejar
Do silêncio, o sono largo e a solidão
Da noite, em que todo o movimento
Está para além de nós, à medida que o firmamento,
Subindo e descendo, desvela
A imensidão final, ousada visão.

- Wallace Stevens
(tradução de Jorge Fazenda Lourenço)
in Harmónio, Relógio d'Água

Sem comentários: