O vulcão que se veio em 1943 deixou petrificado um oficial das SS a comer uma sandes de queijo, a sua ração também ficou petrificada -
Os olhos são o espelho da alma e os amigos são o espelho de deus
…………………………………………………………………………………………….
E uma das medusas que é a Verdade, cortou-me o cabelo, e a outra que é o esquecimento trouxe-me um gin campari e o anti-psicótico
Serei o vento que bate nas costas e a tatuagem de extrema-direita, serei o rugido quente de um leopardo recém-nascido………………………………………………………….
Espero que os meus olhos digam a verdade e saibam a azeite negro –
[indiquem um caminho novo…]
E que o dactilógrafo se transforme numa estrela suicida –
Quero ser petróleo que entra em todas as refinarias e os donos das refinarias a passear com as suas mulheres e as suas filhas num shopping de periferia e as suas luvas negras extremamente limpas
Quinta feira num Mc Donalds da Floresta Negra (Baviera)
Eu sou o medo, mas chamaram-me Civilização, os filhos da Puta, e eu disse-lhes, reproduzam-me porque eu sou Criação, a possibilidade que gera tudo, a que faz mover, a que é desejo, mas enquanto comiam os seus hambúrguers, confundiam-me com outra coisa, os meus filhos tremeram
Serei uma ode de Ricardo Reis escrita a vermelho Uncial numa mortalha de prata
Um país de fumo com as suas praças e vielas e miradouros, os seus sinos de fumo a dobrarem uma Tentação de Santo Antão, os seus sinos de fumo a despertarem os camponeses, os seus sinos de fumo a violarem as filhas dos camponeses, os seus túneis de fumo a dançaram com Salomé, os seus túneis de fumo a meterem uma cabeça morta entre as pernas. Serei só as manchas negras da História Universal a escorrerem pelo cabelo, como um século Etrusco que viu de mais– Serei o segurança que guarda a fábrica de rolhas com um pastor alemão, serei todas as rolhas e os que as fazem, e todos os que as destapam – Serei o vinho e o esquecimento que os adormece.
Serei o azeite a escorrer da boca do paralítico, serei os que o carregam - a Medusa que lhe limpa a boca - todos os que lhe abrem as pernas para meter a algália, serei a tua veia a inchar, o teu maxilar a apertar de raiva – tudo o que deve ser esquecido, o mais doce sonho de Kafka, a letra mais carregada, a mais perfeita das letras latinas – o espasmo da cocaína, a mais bela dança de fumo, uma Austrália a derreter,
Serei só rima cruzada e respiração quente, Uma estrela que expiou de mais e é já só memória e febre a descer como um rio por entre as pernas,
Serei a que limpa o Lidl e serei o Lidl com as suas antenas de prata, Serei o Petróleo que Pasolini escreveu e serei todos os que o lerem com os seus olhitos a brilharem, serei os que o criticaram, o que o matou, serei o que te contará a primeira história – Serei a história mais violenta - A que te acorda sempre cedo demais – o meu copo está vazio e Luís Pacheco encheu-o de estrelas – O meu século bebeu demais e eu acordei sozinha.
Serei o teu amigo, não serei essas palavras que dizem isso,,, serei só o teu amigo porque gosto de te ver sorrir* e sou medo quadriculado, um medo negro que faz avançar, um medo heroínómano e vazio de tudo, um medo quadriculado e multiplicador que quer conhecer os mais negros limites humanos, que por não existirem me chamam:
A ele chamaram Civilização.
O meu século joga playstation e tem olhos azuis
será só um calendário doce, comido antes do tempo…
Tem dentes tortos e virilhas acesas, sabe a gin tónico e a petróleo
É uma dança pré-hispânica em tudo eterna
É um sonho tétrico de dois meninos negros, é o leite em pó que lhes entra na boca,
É a boca cheia de neve, é a neve com sumo de cereja, é o arrastar das botas em direcção ao abismo, é os olhos cheios de Ketchup* (AMANDA PALMER) de um cavalo que é todos e corre múltiplo com a crina cheia de gel, um cavalo-cônsul, como alisar-lhe as crinas? Se tudo me dá vontade de rir? Como comer um país lusitano que corre rápido demais? Como ser uma cidade industrial perto de Atenas se o meu mito é condensado? Porque tudo me dá vontade de rir, de comer e de beber?
Qualquer Criador quer que lhe dêem um tiro na boca
Qualquer Criador quer ser possuído por um homem de Extrema-direita
Qualquer criador é um gato negro com os seus olhos verdes, o prato que lambe e a senhora que o traz –
Daqui vê-se a Grécia a derreter até à loucura, se quero escrever sobre a solidão é porque só ela mata – Daqui vê-se a olhar para o espelho uma girafa com os seus óculos de séculos, daqui ela serve-me gin numa bandeja a ferver, daqui ela foge de mim, daqui vejo-a arder, enquanto cai de uma torre latina, a chama coberta por uma bandeira de um país da Ásia Menor – Serei a máscara social que te protege e o fim da ficção, serei o desenho geométrico que surge da espera, e as curvas que dão esperança, serei a mancha negra e o traço repetido.
Os olhos são o espelho da alma e os amigos são o espelho de deus
Sou negra (todos os homens e todas as mulheres) e pintaram a grafitti vermelho nas minhas costas uma frase que não consigo ler, porque o espelho ainda não foi inventado e porque aqueles que vivem no meu sítio não sabem ler. A solidariedade sabe ler. Às vezes passa aqui um helicópetro com um repórter e um câmara, vêm fazer um documentário sobre o esquecimento ou sobre a fome. Acredito que eles sabem ler, mas o barulho das hélices faz com que não nos ouçam e continuam a filmar, as minhas costas vão passar nas televisões do primeiro mundo, e as estrelas comem-se à minha frente. O Amor começou em África, esqueci-me do nome dele.
1.
Uma das gémeas de Siracusa disse que eu era tétrico,
A outra também disse que eu era tétrico, eu disse : Eu não sou tétrico: Sou só um prato gorduroso e os gatos vêem-me lamber de manhã e os gatos vêem-me lamber à tarde, e os gatos vêem-me lamber à noite quando a Lua está cheia e gordurosa, e as duas gémeas, que eram irmãs da fome e que tinham a boca cheia de neve e de cerejas negras, disseram que eu me parecia com uma península, e que adoravam ser possuídas por uma península quente e de muita gente onde o sol aquece de mais. Uma península com muitos olhos castanhos e verdes e negros e azuis a irem para o trabalho e a verem tudo, uma península onde o Medo seja Criação. E então as duas gémeas deram-me o anti-psicótico com Gin Campari. As suas duas línguas quentes pareciam um continente distraído.
2.
As gémeas que chegavam de Raguzza traziam dois jaguares por uma trela dourada, olharam-se a um espelho barroco e viram só os jaguares. Cada um dos jaguares contou-me dois segredos. Quatro segredos que só posso contar ao doctor.
Outros dois jaguares apareceram,
As gémeas disseram-me que lavraram África com um arado de prata que nas pontas era gelatinoso como o cancro da mama, mas benéfico e quente como o esperma dos leopardos; o continente deu frutos frescos e a fome, a mais solitária das medusas partiu para sul com o seu MP3 ligado,
A tua língua é o mais doce sonho etrusco, o teu olhar é o Mediterrâneo inteiro a beber de todos os rios
Os olhos são o espelho da alma e os amigos são o espelho de deus
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E uma das medusas que é a Verdade, cortou-me o cabelo, e a outra que é o esquecimento trouxe-me um gin campari e o anti-psicótico
Serei o vento que bate nas costas e a tatuagem de extrema-direita, serei o rugido quente de um leopardo recém-nascido………………………………………………………….
Espero que os meus olhos digam a verdade e saibam a azeite negro –
[indiquem um caminho novo…]
E que o dactilógrafo se transforme numa estrela suicida –
Quero ser petróleo que entra em todas as refinarias e os donos das refinarias a passear com as suas mulheres e as suas filhas num shopping de periferia e as suas luvas negras extremamente limpas
Quinta feira num Mc Donalds da Floresta Negra (Baviera)
Eu sou o medo, mas chamaram-me Civilização, os filhos da Puta, e eu disse-lhes, reproduzam-me porque eu sou Criação, a possibilidade que gera tudo, a que faz mover, a que é desejo, mas enquanto comiam os seus hambúrguers, confundiam-me com outra coisa, os meus filhos tremeram
Serei uma ode de Ricardo Reis escrita a vermelho Uncial numa mortalha de prata
Um país de fumo com as suas praças e vielas e miradouros, os seus sinos de fumo a dobrarem uma Tentação de Santo Antão, os seus sinos de fumo a despertarem os camponeses, os seus sinos de fumo a violarem as filhas dos camponeses, os seus túneis de fumo a dançaram com Salomé, os seus túneis de fumo a meterem uma cabeça morta entre as pernas. Serei só as manchas negras da História Universal a escorrerem pelo cabelo, como um século Etrusco que viu de mais– Serei o segurança que guarda a fábrica de rolhas com um pastor alemão, serei todas as rolhas e os que as fazem, e todos os que as destapam – Serei o vinho e o esquecimento que os adormece.
Serei o azeite a escorrer da boca do paralítico, serei os que o carregam - a Medusa que lhe limpa a boca - todos os que lhe abrem as pernas para meter a algália, serei a tua veia a inchar, o teu maxilar a apertar de raiva – tudo o que deve ser esquecido, o mais doce sonho de Kafka, a letra mais carregada, a mais perfeita das letras latinas – o espasmo da cocaína, a mais bela dança de fumo, uma Austrália a derreter,
Serei só rima cruzada e respiração quente, Uma estrela que expiou de mais e é já só memória e febre a descer como um rio por entre as pernas,
Serei a que limpa o Lidl e serei o Lidl com as suas antenas de prata, Serei o Petróleo que Pasolini escreveu e serei todos os que o lerem com os seus olhitos a brilharem, serei os que o criticaram, o que o matou, serei o que te contará a primeira história – Serei a história mais violenta - A que te acorda sempre cedo demais – o meu copo está vazio e Luís Pacheco encheu-o de estrelas – O meu século bebeu demais e eu acordei sozinha.
Serei o teu amigo, não serei essas palavras que dizem isso,,, serei só o teu amigo porque gosto de te ver sorrir* e sou medo quadriculado, um medo negro que faz avançar, um medo heroínómano e vazio de tudo, um medo quadriculado e multiplicador que quer conhecer os mais negros limites humanos, que por não existirem me chamam:
A ele chamaram Civilização.
O meu século joga playstation e tem olhos azuis
será só um calendário doce, comido antes do tempo…
Tem dentes tortos e virilhas acesas, sabe a gin tónico e a petróleo
É uma dança pré-hispânica em tudo eterna
É um sonho tétrico de dois meninos negros, é o leite em pó que lhes entra na boca,
É a boca cheia de neve, é a neve com sumo de cereja, é o arrastar das botas em direcção ao abismo, é os olhos cheios de Ketchup* (AMANDA PALMER) de um cavalo que é todos e corre múltiplo com a crina cheia de gel, um cavalo-cônsul, como alisar-lhe as crinas? Se tudo me dá vontade de rir? Como comer um país lusitano que corre rápido demais? Como ser uma cidade industrial perto de Atenas se o meu mito é condensado? Porque tudo me dá vontade de rir, de comer e de beber?
Qualquer Criador quer que lhe dêem um tiro na boca
Qualquer Criador quer ser possuído por um homem de Extrema-direita
Qualquer criador é um gato negro com os seus olhos verdes, o prato que lambe e a senhora que o traz –
Daqui vê-se a Grécia a derreter até à loucura, se quero escrever sobre a solidão é porque só ela mata – Daqui vê-se a olhar para o espelho uma girafa com os seus óculos de séculos, daqui ela serve-me gin numa bandeja a ferver, daqui ela foge de mim, daqui vejo-a arder, enquanto cai de uma torre latina, a chama coberta por uma bandeira de um país da Ásia Menor – Serei a máscara social que te protege e o fim da ficção, serei o desenho geométrico que surge da espera, e as curvas que dão esperança, serei a mancha negra e o traço repetido.
Os olhos são o espelho da alma e os amigos são o espelho de deus
Sou negra (todos os homens e todas as mulheres) e pintaram a grafitti vermelho nas minhas costas uma frase que não consigo ler, porque o espelho ainda não foi inventado e porque aqueles que vivem no meu sítio não sabem ler. A solidariedade sabe ler. Às vezes passa aqui um helicópetro com um repórter e um câmara, vêm fazer um documentário sobre o esquecimento ou sobre a fome. Acredito que eles sabem ler, mas o barulho das hélices faz com que não nos ouçam e continuam a filmar, as minhas costas vão passar nas televisões do primeiro mundo, e as estrelas comem-se à minha frente. O Amor começou em África, esqueci-me do nome dele.
1.
Uma das gémeas de Siracusa disse que eu era tétrico,
A outra também disse que eu era tétrico, eu disse : Eu não sou tétrico: Sou só um prato gorduroso e os gatos vêem-me lamber de manhã e os gatos vêem-me lamber à tarde, e os gatos vêem-me lamber à noite quando a Lua está cheia e gordurosa, e as duas gémeas, que eram irmãs da fome e que tinham a boca cheia de neve e de cerejas negras, disseram que eu me parecia com uma península, e que adoravam ser possuídas por uma península quente e de muita gente onde o sol aquece de mais. Uma península com muitos olhos castanhos e verdes e negros e azuis a irem para o trabalho e a verem tudo, uma península onde o Medo seja Criação. E então as duas gémeas deram-me o anti-psicótico com Gin Campari. As suas duas línguas quentes pareciam um continente distraído.
2.
As gémeas que chegavam de Raguzza traziam dois jaguares por uma trela dourada, olharam-se a um espelho barroco e viram só os jaguares. Cada um dos jaguares contou-me dois segredos. Quatro segredos que só posso contar ao doctor.
Outros dois jaguares apareceram,
As gémeas disseram-me que lavraram África com um arado de prata que nas pontas era gelatinoso como o cancro da mama, mas benéfico e quente como o esperma dos leopardos; o continente deu frutos frescos e a fome, a mais solitária das medusas partiu para sul com o seu MP3 ligado,
A tua língua é o mais doce sonho etrusco, o teu olhar é o Mediterrâneo inteiro a beber de todos os rios
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