De uma forma algo misteriosa, um poema funciona muitas vezes do mesmo modo que uma anedota. Ou se apanha, ou não se apanha. E ali, no momento. É claro, um leitor deve voltar atrás, uma e outra vez, à procura de ideias, de sentidos escondidos, para captar o estilo ou, talvez, simplesmente, por prazer; mas a estranha magia da poesia - a sua música, beleza, particularidade - uma parte disso deve atingir-nos de imediato.
Ainda que um leitor cuidadoso possa isolar um poema para verificar como ele funciona, tal como um mecânico pode fazer com um carro, eu gosto de pensar que, quando um poema é verdadeiramente conseguido, habitualmente apreendêmo-lo logo no primeiro impacto. Mas, ao contrário de uma anedota, se um poema é verdadeiramente bom, então quanto mais o lemos melhor nos parece.
(versão minha do depoimento da poetisa reproduzido em The invisible ladder, organização de Liz Rosenberg, Henry Holt and Company, Nova Iorque, 1996, p. 177).
1 comentário:
Ora aí está algo de precioso.
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