domingo, novembro 15, 2009

Cais do Sodré, a desoras

Espera-se a alba e o verde do semáforo.
Ordinário, o taxista identifica
em voz alta duas velhas raparigas,
corpos cansados mas em forma
de pergunta. Há gente que se questiona
como consegue sobreviver a tanto azar.
Costuma encontrar-se gente dessa
em paragens de autocarro,
à medida que vagueia entre mundos
irreais, lugares extremamente verdadeiros
onde o que conta é a sinceridade.
A moral, quando muito, vem depois.

- Vítor Nogueira

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