terça-feira, outubro 27, 2009

O FRUTO

Registam a febre e o coração.
Neste fim de março em que
não vejo árvores de fruto,
chegam-me as novas da minha
nespereira, pejada, dizem-me.
À espera, como o meu sangue,
de que a vida seja uma protecção
adocicada, carnuda e macia,
pronta a colher.


Rui Miguel Ribeiro
in XX DIAS, Averno

Sem comentários: