Debaixo das árvores lembro, pingar gomosa a figueira
ou o cumprimento áspero das suas folhas abertas mãos
muito verde a infância a manchar a joelheira das calças
Pendurado na ácida ameixieira os galhos eram agulhas de tricô
intrometidas nas lãs da camisola e os seus frutos de um amarelo
que nem assim tem a adolescência e não sei remexer na memória
Nos altos voos da pereira perdíamos a coragem
infantil, era já dor o crescimento, a amarinhar a vida
Sem saber como descer, conquistávamos a intimidade
ao medo, ainda não como o perder da inocência
que conheceria aos trinta anos, na adulta adolescência
não éramos pútrida fruta beijando a úbere terra,
nem nosso amor crestava aberto à violação dos pássaros- Pedro Corrêa
sexta-feira, outubro 02, 2009
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poesia de fora
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1 comentário:
A última vírgula está a mais. Mea culpa. Está lá, sim, mas não deveria aparecer. Hoje em dia não pontuo o fim dos versos. A penúltima, bem, a penúltima é um ponto...
De resto, continua a insistir em honrar-me e em colocar bem alta a fasquia. Ao mesmo tempo insiste em providenciar um colchão.
Obrigado, mais uma vez.
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