Ritual
Fui eu que plantei esta árvore. E fui eu, dono do chão onde a plantei, o dono dela, quem por suas mãos dela colheu o primeiro fruto e o comeu: que assim o ordena a lei da minha raça de lavradores e afrontadores de águas bravas.
E pois cumprido o que ninguém nunca regrou por escrito, mas que todos aceitam, como ao sangue o corpo dos humanos, Outono após Outono a árvore verga-se, pesada de esferas.
Reparem: está linda! Grávida à sua maneira de árvore, de vê-la até parece que a vida, com ela, enraiza nas lonjuras do tempo.
- Pedro da Silveira
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