sexta-feira, setembro 18, 2009

Réquiem por uma jovem mãe

Acordada na noite pelo antigo costume
nem agora esquecida sob a insígnia húmida
de uma chuva insistente, suportando o silêncio
como um animal ferido que o sofrer afastasse,

com as costas no frio tão extenso da pedra
os olhos abre para onde não há-de ver jamais
as cândidas giestas, as tílias abundantes
entre as quais noutros tempos o júbilo morava:

quando às vezes lhe chegam com o vento as notícias
daqueles que apertava como um pão contra o peito,
ao sentir que não pode sua solidão gritar-lhes,
a garganta desfeita rompe em obscuro pranto.

- María Victoria Atencia

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