Como a maioria dos jovens da pequena cidade onde cresci, eu fiz o ensino secundário a achar que a poesia era escrita numa linguagem antiquada, expressando sentimentos cheios de floreados de formas embaraçosas para qualquer rapaz ou rapariga americanos de sangue na guerla. Estava enganado.
Bem, é claro que eu deveria ter percebido que a poesia pode ser moderna porque a música popular é sempre moderna. As palavras das canções são uma espécie de poesia, e eu sabia montes de canções.
Escrever poesia é sempre uma maneira de ser jovem, porque cada poema é um recomeço, um novo mundo de palavras a explorar, a possibilidade de uma surpresa ou de um milagre. Escrever é uma espécie de brincadeira, mesmo quando o tema é sério.
Além disso, nunca perdemos a nossa ligação à infância, o tempo em que começamos a ganhar consciência dos nossos sentimentos. A poesia encontra as palavras que dizem o que desejamos da vida, e os sentimentos têm o poder de perdurar.
(versão minha; depoimento reproduzido em The invisible ladder, selecção e organização de Liz Rosenberg, Henry Holt and Company, Nova Iorque, 1996, p. 7).
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