sexta-feira, maio 29, 2009

Baywatch: Hawaiian Wedding


Vamos pôr as coisas desta forma: há actores que por si só deveriam ser uma categoria de filmes. Estou a pensar, por exemplo, no Chuck Norris. Pode dizer-se "É um filme de porrada" ou "É um filme de acção" ou "É um filme estúpido". Mas pode dizer-se isso tudo numa só ideia: "É um filme do Chuck Norris".
O homem de que hoje falo é o responsável por aquilo a que o Steiner chamaria "jardim imaginário da cultura dos anos 80 e 90", depois de citar uma frase em alemão ou polaco escrita por um poeta/barbeiro obscuro que por acaso até deve ser meu primo. Estou, como já devem ter adivinhado, a falar do gajo com o qual, infelizmente, a única coisa que tenho em comum é o nome: David Hasseloff aka Michael Knight aka Mitch Buchanon.
Mais especificamente, estou a falar - olhem para a foto colocada a norte deste post -do filme/reunião da série Baywatch, o pós-petrarquiano "Baywatch: Hawaiian Wedding". Mas que tem este filme de relevante? Muitas coisas...

Em primeiro lugar é uma reunião de pessoal de Baywatch. Ele é Carmen Electra, ele é Pamela, ele é aquela gaja com os olhos em bico que se armava em cabra, ele é quase toda a gente. Só falta mesmo aquele gajo que, não fosse os músculos, e eu diria que era um clone do Chalana.

Em segundo lugar, Mitch Buchanon é a personagem principal. Para quem não se lembra, o Mitch Buchanon morre num episódio de Baywatch que em termos de linha temporal se localiza antes do momento em que este filme se passa. Ou a Pamela e a Carmen Electra andaram pelo mundo à procura das Bolas de Cristal para ressuscitar o Mitch ou então é só estupidez mesmo. Há ainda uma terceira hipótese que é ver isto como uma cedência ao princípio da autoconsciência de Novikov, mas não me parece que os argumentistas do filme andem a ler a wikipedia. Se o tivessem feito tinham-se dado conta que o Mitch não poderia aparecer no filme porque, veja-se lá a coisa, MORREU.

Em terceiro lugar, e como uma estupidez nunca vem só, a long-time girlfriend do Mitch também aparece no filme. Curiosamente a gaja já tinha morrido ainda há mais tempo que o Mitch. Mas aqui os argumentistas não oscilaram. Na verdade não se trata da verdadeira gaja do Mitch mas sim da nova gaja do Mitch que é estupidamente parecida com a antiga. No final descobre-se que afinal a gaja é uma ex-presidiária que fez uma operação plástica para ficar igual ao antigo amor do Mitch e com isso foder-lhe a vida e tal. E pela primeira vez o tema das operações plástica é introduzido no Baywatch.

Por último, a parte dramática do filme acontece quando uma espécie de jigsaw muito fraquinho prende os amigos do Mitch em armadilhas tão mortais quanto umas redes à beira mar que prendem o filho do Mitch e a namorada para que eles morram afogados quando a maré subir. Curiosamente, quando eles são resgatados a maré já estava a descer e eles ainda não estavam mortos, pelo que só restavam umas apertadas 8 horas de vida para serem salvos por alguém que entretanto já tinha dado muita porrada no jigsaw muito fraquinho.

Em suma: é a paródia.

P.S. O senhor Cary-Hiroyuki Tagawa é o tal jigsaw muito fraquinho. Vão ao IMDB pesquisar quem ele é.

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