Se há muito muito tempo há coisa que deve ter sempre metido um nojo imenso a quem escreve com todo o gosto e muitas vezes com imenso esforço, é este bando de peneirentos para quem só é uma relíquia aquilo em que já assentou pó suficiente. Isso e a imensa distância que faz do elogio uma arte de covardes, uma coisa segura e inconsequente. Elogiassem-nos vivos quando lhes passaram pela rua e teriam deles um desprezo tão grande que de imediato se reduziriam à modesta existência de quem precisa calar-se, alardeando só muito mais tarde os seus juízos, mas nunca arriscando falhar mil pensamentos por um que atinja um rasgo de genialidade.
A vida que ainda vive e a loucura de não se lhe poder prever nem um passo, nada lhes diz. Só os loucos amordaçados pela morte, odiados por idiotas como eles no seu tempo, só assim, só estes loucos sedados pelo maior dos pontos finais conseguem atravessar o espaço que vai das diárias alas psiquiátricas para a maioria das estantes onde o pó enfim assenta. Porque a estupidez é quem o tempo nomeou para tomar conta de tudo e de todos nós.
Assim continuamos a ter que aturar essa ideia ridícula de que o nosso tempo não tem merecido génios. Mas eles andam aí e vão escrevendo enquanto a morte não vem confiscar-lhes os cadernos, para entregá-los depois à cupidez destas suas tristes flores de cemitério.
A vida que ainda vive e a loucura de não se lhe poder prever nem um passo, nada lhes diz. Só os loucos amordaçados pela morte, odiados por idiotas como eles no seu tempo, só assim, só estes loucos sedados pelo maior dos pontos finais conseguem atravessar o espaço que vai das diárias alas psiquiátricas para a maioria das estantes onde o pó enfim assenta. Porque a estupidez é quem o tempo nomeou para tomar conta de tudo e de todos nós.
Assim continuamos a ter que aturar essa ideia ridícula de que o nosso tempo não tem merecido génios. Mas eles andam aí e vão escrevendo enquanto a morte não vem confiscar-lhes os cadernos, para entregá-los depois à cupidez destas suas tristes flores de cemitério.
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