da pluma bem comida lançando ideias de justiça aos chineses
da espingarda de ar podre ao ombro de cada um
Depois de ver com os seus próprios olhos como é que o ratazana toma o seu chazinho
Emile Henri
escritor da literatura da dinamite
lança a segunda bomba à porta do Café Términus
dado que: da má distribuição da riqueza e das coisas boas da Terra
TODOS SEM EXCEPÇÃO TÊM A MÁXIMA CULPA
- Mário Cesariny
5 comentários:
so what? já que somos todos culpados mais vale cada um lamber apenas as próprias feridas? se existir diferença (e eu creio que existe desde que nascemos) ela reside no modo como sublimamos essa culpa. o teu modo soa-me apenas como um alibi de interveniente acidental. quer queiras quer não, haverá uma taxa de justiça qualquer a pagar no final (dentro de cada um, pelo menos). a de «assistente» não será mais barata...
Não entendo se este comentário me é dirigido. Se sim, não o entendo. Mas se me esforçar para adivinhar aquilo que está a forçá-lo - diria que "com certeza não estamos a falar do mesmo". Não gosto de transplantar os textos de outras pessoas do seu contexto original como modo de me fazer testemunha nalgum processo actual. Aliás, nem sei do que estamos a falar. Se é de algum conflito militar, acho que percebeu mal o quase vazio de intenções que motivou a lembrança deste poema de Cesariny.
Acho o tom do comentário um pouco atrapalhado, presume de forma muito grosseira que conhece a minha atitude e não faz a mínima ideia.
É. Foi mesmo uma péssima ideia deixar um comentário político num blog de poesia (se bem que os dois últimos versos…). Melhor seria tê-lo (ao Cesariny, claro) deixado quieto, ensimesmado com as suas próprias feridas, atado no conforto de saber-se tão culpado como todos.
Felizmente para quem o lê, ele (o Cesariny, claro) foi mais além, não se ficou pela autocomplacência e, à sua maneira, denunciou, como poucos no seu tempo (são sempre poucos em qualquer tempo), o que então lhe parecia errado no mundo.
Enfim, são opções. A minha foi manifestamente uma perda de tempo. As minhas desculpas.
Gostava de lhe dar uma resposta mas acontece que não me fez nenhuma pergunta. Em relação ao seu reparo moral (?) continuo a dizer que não sabe o que penso, e daí leva-me a pensar que talvez isso nem lhe interesse.
Caro Diogo, só posso repetir-me: o que me levou ao 1º comentário foram os últimos dois versos do poema (e o que eles para mim representam), já pedi desculpa por ter trazido indevidamente a política para esta caixa e a sua resposta mais acima foi para mim elucidativa. Daí que nada mais haja para debater. Resta-me agradecer o tempo e a atenção dispensadas. Continue/m com as boas escolhas.
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