terça-feira, dezembro 23, 2008

Escrever-te é sempre demasiado fácil

Mas falta-me saber se ainda te dói o meu silêncio
Falta-me saber se ainda me sabes

Procuro-te, não apenas para saber de ti
Mas também porque uma parte de mim ficou contigo

Escrevo-te, como quem abraça a tua ausência
E o vazio que deixaste deste lado
Escrevo-te para que vivas nas minhas palavras
Para que existas ainda que não existas

Sabes, acho que fui eu que te inventei
Num dia chuvoso ou nublado, talvez fosse inverno
Talvez estivesse demasiado aborrecida

Inventei-te tanto e tantas vezes que um dia simplesmente
Destruí-te para sentir a dor terrível da ausência

Ilusão ou não, realidade ou fantasia
Sei-te como sempre te soube, nas palavras ou na poesia
Possívelmente existirás para lá das sílabas
Ou do universo imensamente incompreensível

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