A passo de leão até à primeira rosa
de cor em cor até ao fim da terra
antes de mil anos e de mil olhos cegos
num silêncio de neve a arder
de cidade em cidade
até um nome em carne viva
de um pólo a outro pólo
para além da melancolia
da estátua equestre aos descobrimentos
e à sua dor de bronze
obscuro e sereníssimo
como um crime perfeito
o século dos séculos
de estalactites de horas
flutuando nos dias e nas noites
de ninguém
e o homem fascinante
e a sua mulher fascinada
irrompendo da lava
tudo __depois da minha assinatura
do número ao diamante
do zero ao infinito
até ao último dia
- António José Forte
Sem comentários:
Enviar um comentário