O esquecimento está tão cheio de memória
que às vezes não cabem as lembranças
e rancores precisam ser jogados pela borda
Mario Benedetti
que às vezes não cabem as lembranças
e rancores precisam ser jogados pela borda
Mario Benedetti
Coisas que me fizeram que eu digo que esqueci são as primeiras de que me lembro.
Um sentimento que me deram e que se colou a mim que não me recordo qual era nunca deixei de sentir.
Tudo o que tranquei na cave todas as vezes se abre para mim quando um sinal sem consciência me lembra que há alguma coisa de que me esqueci. Há coisas que não cabem lá em baixo. Arrumar não me deixa mais espaço para as coisas novas que querem passar a velhas. Há coisas que à força tenho que lá deixar, o que faz com que outras surjam à porta depois de a fechar. Seja como for, o problema não é meu: é de todos quem eu não esqueci. Eles fizeram a minha cama, eu comprei lençóis especiais para agora fazer as deles. Afinal, eu não me esqueci. Acho que não me esqueci de ninguém.
Está lá tudo, no fundo, sabe-se.
Um sentimento que me deram e que se colou a mim que não me recordo qual era nunca deixei de sentir.
Tudo o que tranquei na cave todas as vezes se abre para mim quando um sinal sem consciência me lembra que há alguma coisa de que me esqueci. Há coisas que não cabem lá em baixo. Arrumar não me deixa mais espaço para as coisas novas que querem passar a velhas. Há coisas que à força tenho que lá deixar, o que faz com que outras surjam à porta depois de a fechar. Seja como for, o problema não é meu: é de todos quem eu não esqueci. Eles fizeram a minha cama, eu comprei lençóis especiais para agora fazer as deles. Afinal, eu não me esqueci. Acho que não me esqueci de ninguém.
Está lá tudo, no fundo, sabe-se.

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