Estou cansado de pessoas.
Contudo, sentado ao balcão
a sua garrida mini-saia, Daisy
insiste em chorar sobre a quinta imperial.
Ainda bem que neste bar
não são admitidos pessoanos
(seria concorrência desleal,
convenhamos). E contudo Daisy
chora, esconde o rosto em lenços
de papel expressamente concebidos
para atenuar o desamor
e precaver a melancolia atípica.
Daisy chora, chora - e eu,
que nem disso sou capaz,
prometo a mim mesmo
deixar de sair à noite e começar
a escrever poesia metafísica.
- Manuel de Freitas
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