Esta é a parte de mim que encontro
mudada: o sentimento, em si, informe,
neste agora que é apenas saudade.
Eugénio Montale
O tempo moldou-nos por dentro, com os seus começos e fins inexistentes. O que antes cabia neste corpo, cabe agora lá fora, onde tudo se perde e tudo se torna indistinguível.
O sentimento do passado olho-o agora para fora de mim, evaporou-se pela minha pele. Não, a pele não é impermeável. Pelo menos não aos sentimentos.
Cá dentro, o vazio é sempre o preenchimento feito pela saudade. A saudade do sentimento irrepetível como os segundos. Não há perfeição na identidade. Só a diferença é idêntica.
E amanhã voltará a ser diferente, eu sei. Amanhã cantarei a mesma canção mas senti-la-ei diferente. No dia seguinte volto a tentar amá-la como da primeira vez. Depois da raiva, do ódio e da frustração, entrego a canção ao tempo para que a leve com ele, sem nunca a apagar em mim.
O que fica é uma saudade de um sentimento que eu já não sei como senti.
O sentimento do passado olho-o agora para fora de mim, evaporou-se pela minha pele. Não, a pele não é impermeável. Pelo menos não aos sentimentos.
Cá dentro, o vazio é sempre o preenchimento feito pela saudade. A saudade do sentimento irrepetível como os segundos. Não há perfeição na identidade. Só a diferença é idêntica.
E amanhã voltará a ser diferente, eu sei. Amanhã cantarei a mesma canção mas senti-la-ei diferente. No dia seguinte volto a tentar amá-la como da primeira vez. Depois da raiva, do ódio e da frustração, entrego a canção ao tempo para que a leve com ele, sem nunca a apagar em mim.
O que fica é uma saudade de um sentimento que eu já não sei como senti.

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