dificilmente...
os versos nos seus vários tempos
vivem as suas curtas vidas respirados
para dentro de um saco asfixiante
onde se tenta concluir
de uma forma inteligente a biografia
deste caos mais que tudo inseguro,
este homem cansado de passatempos
mas que ainda se esforça
para conciliar a morte com uma prolongada
e etérea existência lançada como um grito
para a entrada da gruta eterna
esperando que depois da carne apodrecer
fique ainda um eco assombroso
apalpando os lugares escuros da consciência
até que afinal haja algum reconhecimento
de outros para todas estas horas
quase perdidas no lúgubre sonho da solidão
com um certo sentimento de misantropia -
horror à gente que ri de tristeza, sem atenção
aos sintomas desta doença de estar vivo
que a qualquer momento nos fará cair
para o buraco onde tudo se esquece
e onde nem o próprio medo tem
do que se alimentar.
1 comentário:
ai Diogo, já vi que afinal não foste nada de férias! Precisas de descanso rapaz e eu não te posso obrigar, como vai ser isto? Vou pedir aos deuses por ti, espero que resulte, ainda não percebi se gostas mais de morenas, ruivas ou louras portanto vai em abstracto...
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