domingo, agosto 19, 2007

DOGVILLE

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Há coisa de dois anos fui ao clube de vídeo e ao alugar este título sabia que estava a pegar numa coisa estranha, diferente. Já tinha ouvido falar de um conceito que desafiava algumas noções básicas na forma como se conta uma história no cinema e realmente este filme aproveita-se de uma reformulação incrível daquela que costuma ser a estrutura de um filme. No princípio senti algum desinteresse e não foi uma daquelas tardes em que estivesse disposto a fazer concessões e a permitir que algo muito novo trilhasse o seu caminho contra a minha paciência. Fiz bem em não ver este filme antes. É um filme muito especial.
A minha relutância deixou-me com o filme na parte de trás da cabeça, mais tarde ou mais cedo acabaria por vê-lo. Foi esta tarde. Estou extasiado!
Posso começar por dizer que o filme não é nada óbvio, não se rende à nossa capacidade de o prevermos mesmo que tenhamos uma longa experiência cinéfila. É um filme superior, complexo, provocador ao ponto de nos agredir e no fundo coloca-nos perante uma dificílima questão moral e põe em causa a identidade humana que pesa sobre todos nós. Mas não quero estragar esta minha recomendação com uma crítica a um filme que ultrapassa a maioria das experiências intelectuais que recordo, quero simplesmente recomendar o filme e dizer que o considero uma obra fenomenal que num certo sentido representa juntamente com apenas mais dois outros filmes (dos que vi) uma noção geracional que evoca algumas considerações capazes de nos causarem vertigens por serem tão dirigidas à nossa actual consciência.
Este é um conto para adultos e a moral da história dói muito.

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