Quando nas lições de português nos deparámos com aquele manifesto do José de Almada-Negreiros - Manifesto Anti-Dantas - lembro-me de termos lido aquilo e de apesar da explicação que contextualizou aquele longo texto de reclamação, senti que aquilo era uma merda de um cansaço. Agora compreendo e gosto. Não do texto claro, mas da atitude, da coragem, da arrogância, do desplante... É um texto ao qual faltam todos os elementos do conservadorismo dos escritores que estão sempre mais preocupados consigo do que com as suas ideias, ou que estão pelo menos mais ocupados em construir uma boa ideia de si mesmos do que em alevantar ideias reais.
O Almada tinha 23 anos quando escreveu o texto. Depois de o ter lançado em panfletos gerou uma grande polémica e ele só podia estar à espera disso mesmo.
Condenar alguém à morte à americana é um acto de bruta estupidez, mas escrever e espalhar essa condenação, sobretudo quando o visado não está a ser apontado subliminarmente e é uma figura destacada e importante na sociedade da cultura, isso aí é arriscar o nosso nome, é esticar o pescoço e isso é um tipo de coragem que não corre nas veias de todos.
O Almada tinha 23 anos quando escreveu o texto. Depois de o ter lançado em panfletos gerou uma grande polémica e ele só podia estar à espera disso mesmo.
Condenar alguém à morte à americana é um acto de bruta estupidez, mas escrever e espalhar essa condenação, sobretudo quando o visado não está a ser apontado subliminarmente e é uma figura destacada e importante na sociedade da cultura, isso aí é arriscar o nosso nome, é esticar o pescoço e isso é um tipo de coragem que não corre nas veias de todos.
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