sexta-feira, junho 22, 2007

2000


Este é o post número 2000.
Parece um número absurdo, parece imenso... Talvez seja e talvez eu tenha exagerado. Como não sei o que esperar disto não sei também avaliar exactamente qual é realmente o meu excesso.
É evidente que me dediquei demais a este espaço e também reconheço que não sei explicar muito bem o que foi que me motivou, na verdade no ínicio não pensei que pudesse levar isto muito a sério mas foi isso que aconteceu.
Agora continuo sem saber explicar porquê mas não passa um dia em que não venha cá deixar-me. É certo que me excedi e é um pouco triste quando não se consegue estabelecer uma linha entre o nosso esforço e um objectivo que prosseguimos.
Falando honestamente é impossível deixar de assumir que de alguma forma alimentei a esperança de ser descoberto neste lugar e se ainda não me afastei é porque continuo a acreditar que isto faz algum sentido.
É claro que para quem aqui vem este espaço corresponde apenas a alguma curiosidade relativa aos conteúdos que proponho, ainda assim não deixa de existir alguma cumplicidade num lugar por vezes tão íntimo. Não tenho uma perspectiva em torno da qual possa elaborar uma boa justificação para o Melhor Amigo. Não é um simples hobby porque me consome excessivamente para ser só isso, é algo mais. Tornou-se o meu veículo para investir e descarregar as coisas que me importam e ao mesmo tempo tornou-se um motivo de crescente interesse por uma série de coisas que antes não me diziam nada ou diziam muito pouco.
A blogoesfera é uma realidade de potências excepcionais mas não deve ser levada muito a sério. Eu errei nesse aspecto. Começo a sentir, à medida que também mo apontam, que fui demasiado fundo e deixei que isto se tornasse uma obsessão. O pior é que continuo sem entender exactamente porquê. Sei que sempre fui de extremos mas isso não me alívia, só me preocupa mais.
2000 posts é muito, é menos do que parece, mas não deixa de ser muito. Se nos distrairmos no conteúdo podemos não ver a essência - que por trás deste esforço gratuito uma pessoa está a tentar chegar perto de outras. Cada um pode entender isso como quiser. Eu tanto numas vezes acho que é triste como noutras vezes acho que faz parte de sermos assim, pessoas que se procuram umas nas outras.
E não há muito mais que eu possa ou queira dizer sobre isto. Direi só que isto não é um caderno de notas onde eu faço uns rabiscos e largo umas ideias. Isto é o meu quarto, a porta está sempre aberta e eu estou cá dentro.

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