sexta-feira, março 23, 2007

Lágrimas de cão


Queria que sentisses a dor do meu cão
Pura agonia assim que atiro a cabeça à parede
Frenético em meu redor, quer muito aprender a falar
Parece saber exactamente as palavras que havia de me dizer
Mas tudo o que lhe sai são assobios interiores, gemidos de cão
Como uma corrente de vento que o rasga por dentro
Tem os olhos tão cheios que deles transbordam
As lágrimas que tu nunca choraste por mim

Tu sempre disseste que detestavas ver-me chorar
Eu tudo o que sempre quis foi ver-te chorar

Estou tão... tonto
Sinto o corpo cair
Sinto a vida a enjoar-se de mim
Sinto um beijo
Abro os olhos para ti
Mas continua a ser o meu cão.

1 comentário:

Isabel Filipe disse...

"...
Frenético em meu redor, quer muito aprender a falar
Parece saber exactamente as palavras que havia de me dizer
...
"

Este poema é uma maravilha ____ e disse-me tanto ____ tenho um cão que quase que fala ___

bom fim de semana
bj