domingo, novembro 05, 2006

O reflexo desta imagem


Esta imagem é o retrato íntegro do que tenho no interior e que de certa forma foi alguém que deixou em mim.

Não é um lago parado,
Nem é um mar agitado
É uma janela molhada
Entre aqui e lá, salpicada
De tanta chuva e lágrima
Que cai nesta tarde nublada
E ainda assim esta janela
Mostra-me a mesma imagem
De sempre, mas hoje triste.
Hoje cada gota bate no vidro
E escorre desanimada para baixo
E tudo o que vejo é só cinzento
E o tempo diz agora o mesmo
Que dizem os meus olhos
"Já vi dias melhores"

Já vi dias quentes
Dias maiores que sonhos
Dias artistas, pintores
Cobrindo tudo de cores
Fazendo tantos amigos
Que cada pássaro, cão e criança
Pia, canta, grita, corre e dança
E do outro lado da janela
Está lá tudo... Tão bela
E eu corro para a rua
E dispo-a até estar nua
E gozando cada cor
Sirvo-me de amor

Passo as mãos na cara
Afasto-me desta imagem
E como a tristeza não pára
Escrevo-te uma mensagem
Eu _espaço_ Tu.
Amor.

2 comentários:

Eu* disse...

O que dizer de um poema de Diogo Vaz Pinto?
Simplesmente: Lindo!
Desde o título até a última frase!
Parabéns!

Diogo Vaz Pinto disse...

Muitíssimo obrigado!