sexta-feira, junho 01, 2018


O Público sempre teve as suas princesas... E nunca deixaram pruridos incestuosos pôr-se no caminho de uma boa farra promocionante. Quem não se lembra de tudo o que foi feito para travestir a jornalista Alexandra Lucas Coelho em romancista, excelente no linguado de prosa enjorcado com spunk para o dia seguinte, mas depois tão nervosinha na prosa de ficção, tão parabólica, tão saltitante e esparramando-se no umbiguismo que já tinha feito das crónicas um sambódromo das suas relações, mas agora que a princesa do espírito voou, entre o romance-dilúvio que nos há-de afogar a todos e os livros para as criancinhas (esse expediente num país onde a cultura já não dá €, nem com muita culpa pelos descobrimentos, escravos, os infinitos pedidos de desculpa pelo nosso Passado - desculpa o mau jeito de termos em tempos tido ambições terríveis, dessas que dão origem aos mitos, mil desculpas), lá se bunkerizou nos alentejos sempre que não há um festival por cá, ou no ultramar (aí já deu jeito o muito que nos espalhámos, para as nossas princesas hoje levarem a conversa-chiffon pela lusolândia literária), descansa em raivas pré-sucesso mundial, isto ao menos deixou mais margem para o Riço vir Direitinho para a capa, com a entrevista tcharan e dom Bonifácio no riff a fazer as vezes de crítico literário, só quando não há mais quem trate da roupa suja, e aí o temos, num romance mal amanhado, estrutura flutuante e bamba, pensada de propósito para a mente de gelatina de quem não larga o Facebook, no género erótico-bimbo, a dar com uns pós de arroz literário nessa forma de alarve piroseira com que o Chagas Fritas e o Não-Sei-Quantos-Ao-Luar popularizaram entre a nova-literatice produzida pelas redes sociais, retardados cujo coração se dá bem numa gaiola de 140 caracteres ou pouco mais.

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