Prostituem tudo
com o seu ânimo gasto em circunlóquios.
Explicam tudo. Monologam
como máquinas cheias de azeite.
Mancham tudo com a sua baba metafísica.
Eu gostava de os ver nos mares do sul
uma noite de vento a sério, com a cabeça
esvaziada pelo frio, cheirando
a solidão do mundo,
sem lua,
sem explicação possível,
fumando no terror do desamparo.
- Gonzalo Rojas
in Concerto, Antología poética (1935-2003)
Sem comentários:
Enviar um comentário