Não ser amado, meu Deus!
Que felicidade a de ser-se um infeliz!
Caminhar debaixo de uma nuvem até casa
com o rosto corado e ausente.
Que tortura o paraíso
de ficar sentado com o lábio mordido,
morrer dez vezes por dia
e falar consigo mesmo.
Que vida, acabar louco
e como uma sombra andar pelo apartamento!
A alegria de esperar uma carta
durante meses, e esta não chegar.
Quem disse que o mundo se ajoelha aos nossos pés,
lavado em lágrimas e disponível?
É indiferente e cruel,
verdadeiramente encantador.
Que farei da minha dor?
Dormir. Que a noite me cubra a cabeça.
Se não estivesse feliz com ele,
deixaria de amá-lo.
- Aleksander Kushner
(versão a partir de tradução de Natalia Litvinova)
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