sábado, novembro 28, 2015


«Editor Contra», aí está, o tiro dado este ano, um VENERÁVEL feito editorial de Pedro Piedade Marques, homenagem muito mas muito à antiga (um tempo que só se imagina com a inveja) a um tal Fernando Ribeiro de Mello (tá a ver quem é, xôtor?), maldito excelentíssimo, e à sua Afrodite. Aqui está uma obra da memória que melhor serve o futuro, cerzida entre minúcias espantosas, de um acerto gráfico e com um corpinho documental... Calegria, pá! Muito longe, muito fora de tudo o que nos inspira este tempo que tão mal passa, e de joelhos, feito de gente mais-ou-menos, de editores que se querem senhores feudais, caciques, a arrebanhar os autorecos, obrigá-los a umas vassalagens... Do outro lado, um publicuzinho que se faz de esquisito afinal tem lá já tanta coisa em casa para ler , que põe a sua queixa, tece considerandos sobre a crise disto e do resto, mas logo que vira vai pôr o seu zero à esquerda do que verdadeiramente importa. Não me lembro de nenhum gesto cultural desta grandeza, acto de tamanha dedicação e generosidade. É de um louco, que meteu anos, andou atrás, a saber como foi, com quem, dos que ainda estão por aí, saber o que ficou dos que já não. Coisa maravilhosa. E (obrigado pelo juízo) tirou 200 exemplares. De acordo com os últimos censos é a gente com que se pode contar. Não é uma miséria? Chamem o que quiserem a isto, mas não sejamos megalómanos: país? Mas onde? Se ficou algum português por aí perdido que emigre depressa. Não ouviu dizer? Portugal é lá fora.

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