E mais fácil ainda me seria
descer a ti plas mais sombrias escadas,
aquelas do desejo que me assalta
como lobo infecundo noite adentro.
Sei que tu colherias dos meus livros
com as mãos sabedoras do perdão…
E também sei que me amas de um amor
casto, infindável, reino de tristeza…
Mas eu pra ti o pranto o alisei
dia após dia como luz repleta
e mando-o de volta tácita aos meus
olhos, que, se te olho, vivem de estrelas.
(de Tu és Pedro, Scheiwiller, 1961)
- Alda Merini
(tradução de Marco Bruno)
in Relâmpago, n.º 17 10/2005
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