segunda-feira, junho 15, 2015

Silêncio


Há tanto silêncio à volta que pareço ouvir
como os raios da lua esbarram nos vidros.

No peito
uma voz estranha despertou
e uma canção canta em mim longínquas lembranças.

Diz-se que os antepassados mortos antes de tempo,
com sangue ainda jovem nas veias,
com paixões intensas no sangue,
com sol ardendo nas paixões
retornam,
retornam para continuar
em nós
a vida não vivida.


Há tanto silêncio à volta que pareço ouvir
como os raios da lua esbarram nos vidros.

Ó, quem sabe, alma, em que peito cantarás
também tu mais além dos tempos
– nas doces cordas do silêncio,
em harpas de treva – a nostalgia afogada
e a frágil alegria de viver? Quem sabe? Quem sabe?

- Lucian Blaga

Sem comentários: