domingo, julho 13, 2014


Na fina penumbra, resplandece
apenas o teu corpo, arrogante quase
e quase arrependido dos seus dotes.
A tua nudez é como um pouco de água
que repousa no leito da escuridão,
gravidade transparente, ausência quase.
Vagos volumes se ensopam, flutuam
no vago contínuo do espaço;
o silêncio respira, o ar pulsa
e é nua a carne em pensamento,
matéria que arde em expressão, resposta.
Oh nudez, beleza desarmada,
submissão ao espaço, solidão
que evidencia a eterna formosura
como seixos brancos
no fundo da água.

- Tomás Segóvia
(tradução de José Eduardo Simões)

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