Perdi a caneta
de tinta eterna
no teu cabelo.
O Adamastor lá estava, no relvado,
onde mais duma vez nós conversámos
a contemplar o rio com desencanto.
A caneta perdida impedia-me de escrever
quanto te amo e odeio
como se ardesse a frio num incêndio.
A côr da friagem na minha barba hirsuta
toldada de brancura e nevoeiro:
é a velhice magra que me espreita, atenta
à caneta perdida em teu cabelo.
no teu cabelo.
O Adamastor lá estava, no relvado,
onde mais duma vez nós conversámos
a contemplar o rio com desencanto.
A caneta perdida impedia-me de escrever
quanto te amo e odeio
como se ardesse a frio num incêndio.
A côr da friagem na minha barba hirsuta
toldada de brancura e nevoeiro:
é a velhice magra que me espreita, atenta
à caneta perdida em teu cabelo.
- António Barahona
in Pátria Minha, Averno
Sem comentários:
Enviar um comentário