quinta-feira, janeiro 02, 2014


O homem, monótono universo,
acredita em ampliar os haveres,
mas das suas mãos febris
saem apenas limites interminavelmente.

Pendurado no vazio
ao seu fio de aranha,
não teme e não atrai
senão o seu próprio grito.

Dissimula a corrosão erguendo sepulcros,
e para te pensar, Eterno,
nada mais possui que blasfémias.

- Giuseppe Ungaretti
(tradução de José Eduardo Simões

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