A obra de Macedonio Fernández parece embaralhar o tempo e o espaço, a escrita e a leitura, a vigília e o sonho e a ficção e a teoria, colocando-se numa fronteira inusual, como afirma a estudiosa Sueli Barros Cassal. Nessa fronteira, Macedonio Fernández questiona a realidade: “O que não quero, e vinte vezes consegui evitar em minhas páginas, é que o personagem pareça viver, fato que acontece cada vez que, na alma do leitor, há alucinação da realidade do acontecimento: abomino a verdade da vida, a cópia da vida [...].”
Em vez da realidade ou do realismo, Macedonio preferia declaradamente a fantasia. O escritor afirmava que “diante do terrível escolho [sic] que é evitar a alucinação da realidade – mácula da arte –, criei o único personagem até hoje nascido, cuja consistente fantasia é garantia de firme irrealidade neste romance indegradável ao real.” Para o escritor argentino, “[...] o mundo, o ser, nos parecem reais porque há sonhos”.
sábado, setembro 28, 2013
Macedonio Fernández
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