A alma, ó gansos, voa para lá dos parques
E muito para lá das discórdias do vento.
Uma chuva brônzea do sol descendo assinala
A morte do verão, que neste tempo persiste
Como alguém que rabisca um apático testamento
De garatujas douradas e páfias caricaturas,
Legando as vossas penas brancas à lua
E ofertando os vossos delicados movimentos ao ar.
Vejam, já nas longas paradas
Os corvos ungem as estátuas com seus excrementos.
E a alma, ó gansos, sendo solitária, voa
Para lá das vossas indiferentes carruagens, para os céus.
- Wallace Stevens
(tradução de Luís Quintais)
Sem comentários:
Enviar um comentário