quinta-feira, abril 18, 2013


Enquanto ele fala sobre um furacão e a força repentina que é nascer
eu ouço. Ao seu lado o tempo, penso, passa em mim
como uma poça de água parada
por onde atravessou um caminhão.

Não sei pra onde
dizem vão
essas placas abandonadas
nem porque elas ficam assim
penduradas.

Ninguém salva ninguém de si mesmo
brinca de farol, no máximo
neon das estrelas do coração.

Ele abre a janela e sorri
como o vento mostra os dentes do cavalo.
Não olha assim, amor,
depende tanto tudo, não esquece.

- Júlia de Carvalho Hansen
in alforria blues ou Poemas do Destino do mar, chão da feira

Sem comentários: